Com o início de setembro, após um período de merecido descanso, crianças e jovens regressam à escola, com alegria e esperança de vencerem mais um novo ano, ultrapassarem uma nova meta, com sucesso.
Apesar de já estar muito distante, esse período da minha vida, que vivi com intensidade, colocando em cada momento, toda a minha criatividade e alegria, na condução de vidas em flor, fazendo tudo o que estava ao meu alcance para que se sentissem felizes e aprendessem as matérias programadas, com entusiasmo, continuo lembrando o que foram esses 32 anos da minha carreira profissional e como este tempo de um outono, a surgir, com novos perfumes da natureza, preenchia a minha mente e confortava a minha alma.
Muito mudou a sociedade, muito se alteraram os métodos de ensino, mas há coisas que permanecerão para sempre, porque nada tem poder para as alterar. Refiro-me a valores espirituais, tais como: os olhares de carinho trocados entre alunos e professores, a simpatia, a partilha de saberes e o desejo de que, através da Cultura, se possam criar verdadeiros e indestrutíveis laços de amizade e solidariedade, entre os povos.

Quando, nos dias que vivemos, ouvimos e vemos crianças em sofrimento, por falta dos bens essenciais, porque as famílias estão desunidas ou ainda, porque se deparam com uma guerra que lhes roubou quem amavam e lhes destruiu a paz, num só dia, temos muito a agradecer, porque Portugal vive com dificuldades, mas vive em paz.
Os valores fundamentais, como a Liberdade, o Pão, a Habitação, a Saúde e a Educação estão salvaguardados na nossa Constituição e, mesmo debaixo de pressão, o Estado Social faz o que está ao seu alcance para ajudar as famílias a superarem as dificuldades destes tempos, devido a consequências imprevisíveis, provenientes de uma grande pandemia e, este ano, devido à guerra na Ucrânia, que pôs em sobressalto todo o mundo e de uma forma especial, a Europa, em virtude do ataque despudorado da Rússia, uma ameaça que não sabemos onde irá parar.
As aulas irão recomeçar nos próximos dias e as escolas serão o ponto de encontro, de convívio e o lugar onde novas aprendizagens terão lugar seguro.
Porém, não poderemos ficar indiferentes ao que se passa com outras crianças, as que viram as suas escolas ser totalmente destruídas por bombas assassinas.
Onde irão recomeçar o ano letivo?
Que alegria pode existir nos seus corações, perante um cenário de morte e destruição?
os seus professores, sobretudo os que continuam a trabalhar nas regiões ocupadas pelo invasor e são obrigadas a ensinar numa língua que não é a sua, como se sentirão?
Como conseguirão suportar essa situação?
Mais felizes estão as crianças que tiveram possibilidade de emigrar e encontraram as portas das escolas abertas, em diversos países, realçando Portugal, que as acolheu com abraços fraternais.

Como portugueses, devemos orgulhar-nos da nossa amabilidade e solidariedade para com o povo Ucraniano, em sofrimento. Como educadora, sinto-me honrada com o comportamento dos meus colegas, que sabem acolher e ajudar a integrar na nossa sociedade, as crianças e jovens que fogem de uma guerra. Aos professores e alunos, desejo um bom regresso às aulas e que este ano escolar seja calmo e com bons resultados.


Graça Foles Amiguinho
Colaboradora Portuguesa
“Son Maria de Graça Foles Amiguinho Barros. Vivo en Vila nova de Gaia, pero nascín no Alentejo, nunha aldeia pequena chamada A Flor do Alto Alentejo.
Estudei en Elva. Fiz maxisterio en Portoalegre. Minha vida foi adicada ao ensino durante 32 anos, aos meus alumnos ensineilles a amar as letras, o país, as artes e a cultura.
Meu começo coa poesia aconteceu de xeito dramático cando partin os dous braços, en 2004 comecei a escribir poesia compulsivamente, en 2005 xa tiña o primero libro editado O meu sentir…”
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