Eu sou o somatório dos meus anos

No Outono da minha vida

Guardo em mim

Os horizontes do tempo,

A minha história

As pessoas que amei

Os lugares por onde passei

Vivem no meu coração,

Eu sou o somatório

Das  minhas memórias

Elas me tornam quem sou

Eu sou uma construção

Feita de saudades

Saudades dos meus que partiram,

Recordo quando minha avó

Contava-me suas histórias

Em noites

Quando a chaminé era o meu lugar

Numa pequena cadeira de bunho

Pintada de azul e flores

De cores variadas,

Na rua das enormes

E velhas amoreiras

Nem as estrelas brilhavam

Mas junto da enorme chaminé

Meus ouvidos atentos

Imaginavam as velhas histórias

Que minha avó contava,

Eram de reis e rainhas

E de príncipes desajeitados

De sábios e moços vaidosos

E de raposas manhosas,

Na minha imaginação de menino atento

O meu mundo crescia

Meu mundo

Deixava de ser apenas as quatro paredes brancas

Agora minha imaginação

Criava mundos paralelos,

E as noites passavam

Ouvindo contos e lengalengas,

Hoje minha memória voa

Pelas recordações

E ainda vivo cada lembrança

Tudo o que recordo

São pedaços de tempo

Pedaços do que eu escrevo

Porque eu sou o somatório dos meus anos.

 

António Silva

Dezembro de 2021

António Silva

António Silva

Poeta

Eu me chamo António Silva. Sou português e da província do Baixo Alentejo. Gosto muito de pintar e escrever poesia.

Meus poemas são pequenas pinturas coloridas. Cada tela que pinto é um poema colorido. E meus poemas são pinturas que retratam pedaços da minha vida. Recordações de infância que ficaram gravadas em meu coração. Eu gosto de colorir a vida com meus poemas e minhas pinturas. Assim a vida é mais fácil e mais bonita. Pinto e escrevo, como se ainda eu fosse uma criança.

Pois por dentro, eu não mudei, sou uma criança que tem um corpo de adulto.

Pingos de tinta

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