No dia 10 de junho celebra-se em Portugal o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Feriado nacional, esta data presta homenagem ao grande poeta Luís Vaz de Camões, autor d´Os Lusíadas, a maior obra épica de Portugal, que faleceu no dia 10 de junho de 1580.

Falar de Luís Vaz de Camões, o maior poeta português de todos os tempos, não é tarefa fácil, pois, para além do manancial literário que nos legou, pouco recebendo em troca, teve uma vida atribulada no seu percurso, como viajante e personagem irreverente, em muitos momentos da sua permanência terrestre. Contudo, é aliciante recordar quem foi, de onde veio, como viveu e sonhou, este espírito criador e invulgar, homem que adquiriu saber e o transformou, através da Poesia, no mais belo testemunho da História de Portugal e com ele deu um incremento extraordinário, à Literatura, na sua mais rica expressão.

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Em Camões, vamos encontrar, uma vez mais, grandes laços de afinidade com os meus amigos, para quem escrevo estas palavras. A Casa ancestral dos “Camões” tinha as suas origens na GALIZA, não longe do CABO FINISTERRA.
Pelo lado paterno, Luís de Camões seria descendente de Vasco Pires de Camões, trovador Galego, guerreiro e fidalgo, que se terá mudado para Portugal em 1370 e recebeu do rei, grandes benefícios em cargos, honras e terras.

As suas poesias, de índole nacionalista, contribuíram para afugentar as influências italiana e bretã e criar um estilo trovadoresco nacional. O seu filho, Antão Vaz de Camões, serviu no Mar Vermelho e casou com D. Guiomar da Gama, parente de Vasco da Gama. Desta união, nasceram Simão Vaz de Camões, que serviu na Marinha Real e fez transações comerciais na Guiné e na Índia, e outro irmão, Bento, que seguiu a carreira das letras e do sacerdócio, entrando no Mosteiro de Santa Cruz dos Agostinhos, uma ilustre escola para muitos fidalgos portugueses.
Simão casou com Dona Ana de Sá e Macedo, também de origem fidalga, natural de Santarém. O seu filho único, Luís Vaz de Camões, terá nascido em Lisboa, em 1524. Com 3 anos de idade, a família muda-se para Coimbra, para fugirem à peste, acompanhando a família real.

Muito provavelmente, Luís Vaz de Camões, terá sido educado pelo seu tio Bento, até aos 13 anos e depois, encaminhado para Coimbra. Conta-se, ter sido um estudante indisciplinado, mas ávido de conhecimento,
com imenso interesse pela história, cosmografia e literaturas clássica e moderna. A verdade é que, nos registos da UNIVERSIDADE DE COIMBRA, o seu nome não aparece. Mas, pelo seu estilo literário, com imensas citações eruditas, depreende-se, facilmente, que recebeu uma sólida educação.

Muito provavelmente, terá sido o tio Bento, o seu grande Mestre, pois, sendo uma pessoa muito culta, foi chanceler da Universidade e prior do Mosteiro de Santa Cruz, ou talvez tenha estudado no Colégio do Mosteiro. Por volta dos vinte anos, foi para Lisboa, antes de ter concluído os estudos. A sua família era pobre, mas pertencendo à Fidalguia, Luís Vaz de Camões pôde ser admitido na corte de D. João III e aí estabelecer contactos intelectuais, iniciando-se na Poesia, fazendo jus, à herança do seu avô paterno.

A sua vida de boémio, frequentando tabernas e envolvendo-se em escaramuças e relações amorosas complicadas, trouxe-lhe muitos dissabores. Muitas damas aparecem citadas, pelos seus próprios nomes, em algumas biografias do Poeta, como tendo sido motivação para grandes paixões, não se podendo confirmar, se correspondem à verdade, embora ninguém possa negar que foi um homem que se entregava a paixões fulgurantes e tivesse tido vários amores.
Tanto, tanto para contar, desta Alma Poética, cheia de imaginação e não medindo, algumas vezes, as consequências dos seus atos irreverentes. O dia da sua morte, 10 de junho, é comemorado em Portugal e em todos os lugares do mundo, onde se fala A BELA LÍNGUA DE CAMÕES, como o DIA DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES, porque este ilustre Poeta foi um cidadão do Mundo, que se imortalizou pela sua grandiosa obra POÉTICA.

AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento, descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer, mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder;

É um querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Graça Foles Amiguinho

Graça Foles Amiguinho

Colaboradora Portuguesa

“Son Maria de Graça Foles Amiguinho Barros. Vivo en Vila nova de Gaia, pero nascín no Alentejo, nunha aldeia pequena chamada A Flor do Alto Alentejo.

Estudei en Elva. Fiz maxisterio en Portoalegre. Minha vida foi adicada ao ensino durante 32 anos, aos meus alumnos ensineilles a amar as letras, o país, as artes e a cultura. 

Meu começo coa poesia aconteceu de xeito dramático cando partin os dous braços, en 2004 comecei a escribir poesia compulsivamente, en 2005 xa tiña o primero libro editado  O meu sentir…”

Abram-se, de par em par todas as fronteiras

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