Deixo Lisboa a namorar o mar

Enquanto o Tejo se agita de ciúme

E beija as faces de Lisboa

Com beijos roubados

Nas margens

No Cais das Colunas ao entardecer,

E eu ouço em cada rua de Lisboa

Em cada beco estreito

E mal afamado

A voz rouca de uma fadista

E uma guitarra que chora

Numa taberna velhinha

Onde o perfume do vinho

Inebria os transeuntes,

E eu inebriado

Pela Lisboa sempre bonita

Com seu vestido azul de flores de chita

Subo as velhas escadas do Monte

E no velho Largo da Graça

Onde o eléctrico 28 parado

Fica a sonhar

Com o que fica do outro lado do mar

Mas fica feliz de poder navegar

Pelas ruas estreitas e arborizadas

Dos bairros medievais de Lisboa,

E Lisboa a sempre menina vizinha do Tejo

Continua a namorar o mar

Mesmo que o rio lhe roube na face um beijo

Sonha com as lindas caravelas

Enquanto o Tejo de ciúme se agita

Mas se contenta

Com a voz da cantadeira

Que à espera de uma traineira

Canta sobre as “ilhas de bruma”

E com as histórias que eu lhe conto sobre Lisboa.

António Silva

Março de 2023

Foto/Google

António Silva

António Silva

Poeta

Eu me chamo António Silva. Sou português e da província do Baixo Alentejo. Gosto muito de pintar e escrever poesia.

Meus poemas são pequenas pinturas coloridas. Cada tela que pinto é um poema colorido. E meus poemas são pinturas que retratam pedaços da minha vida. Recordações de infância que ficaram gravadas em meu coração. Eu gosto de colorir a vida com meus poemas e minhas pinturas. Assim a vida é mais fácil e mais bonita. Pinto e escrevo, como se ainda eu fosse uma criança.

Pois por dentro, eu não mudei, sou uma criança que tem um corpo de adulto.

Emigrante

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