Nem chefe de estado monárquico, nem repúblicano

Domingos Antom Garcia Fernandes

Nom é fácil reunir o essencial sobre este assunto em duas páginas.

Convido a lembrar a história das monarquias: absolutas, constitucionais e parlamentárias (nestas últimas o rei reina, mas nom governa). Assim mesmo diversos tipos de repúblicas: democráticas, autoritárias, laicas, confessionais, parlamentárias, presidencialistas, semipresidencialistas…

República

E no seio de uma república pode haver uma ditadura e assim mesmo corrupçons oligárquicas ou despóticas… Convido a rever essa história que nos ajuda a compreender o presente, que nom se repete jamais, porque os indivíduos, as circunstâncias, as tecnologias…, o mundo, som diferentes (nom importa quanto o sistema permaneça).

Para continuar com a memória, nom seria desneccesário pensar no anarquismo que explica como o Estado surge com o fim do feudalismo e a ascensom do mercantilismo. Eles acham que iste transforma a soberania num monopólio. O Estado é garante da reproduçom das relaçons sociais de produçom e da compra e venda da mercadoria “força de trabalho”. Mantenhem os anarquistas uma posiçom anti-autoritária e com crítica constante da autoridade coercitiva. Recorde-se a Miguel Abensour que na esteira de Maquiavelo, Espinosa e Marx afirma que a verdade da democracia é sustentada em seu movimento contra o Estado para criar uma democracia insurgente de cara mudar a sociedade civil en sociedade política.

Seria muito interessante também responder quando menos a tres questons: que significa ser republicano, que peculiaridades oferece o republicanismo espanhol e que haveria que entender por neo-republicanismo nos governos de Rodríguez Zapatero, especialmente na primeira legislatura.

E como ponto crucial: é em verdade o republicanismo uma alternativa ao neoliberalismo ou, no fundo, nom é outra cousa que uma variante mais do capitalismo? Será que a esquerda, no caso de que exista, se tornou en reformista e abandonou a ideia de revoluçom para se concentrar numa especie de capitalismo de <<face humana>>?

Philip Noel Pettit, um dos grandes teóricos do neo-republicanismo, que acompanhou a trajectória das legislaturas de Rodríguez Zapatero, mesmo na última de forma mais moderada e mais crítica, ainda escreve em 2011 “Reflexons republicanas sobre o movimento 15M”, um republicanismo heterogéneo, nom sistemático, no que a chefatura de Estado monárquica nom é um obstáculo.

E uma consideraçom central: a teoria política das ideias contextualizadas está a caminhar mais a cotio para o campo da ideologia?

Pode ser que o republicanismo atual na Espanha seja em grande parte un mito nostálgico da IIª República?

E nom estaria por demais pensar que nem monarquia, nem república. Todo seria mais democrático, pois radicaria no parlamento e no ejecutivo o governo do país. É verdade que a democracia delegada, sem uma igualdade real e atestada de discursos respeito da igualdade de oportunidades, é muito diferente e distante da verdadeira democracia real (económica, social, política e cultural).

Nesta cojuntura política as palavras público, povo, naçons, identidades…, mesmo democracia… som onipresentes. Está-se a atender a uma fragmentaçom de interesses, muito em consonância com as prédicas das clases médias – há também uma visom muito particular e difusa destas, pois as classes médias-altas tendem a construir discursos com aparência de esquerda, mas objetivamente incorporam-se às classes altas (que controlam o sistema e mesmo os meandros do mesmo) –  , mas o capital está à vontade em um nível planetário. Respostas tendenciosas sem tocar o verdadeiro poder global… Isse universalismo <<democrático?>>, que pom no mesmo saco os excluídos do sistema, os pobres, os trabalhadores, os ricos, e um muito longo et cetera. Com o que issas temos com igualaçons fictícias que escondem a desigualdade real. Semelha toda uma riqueza do diverso, mas perpetua e agrava a desigualdade, mantém a caridade nos estados-ricos – mesmo que muitos nom tenham acceso a isso – na vez de justiça. Issa perpetuaçom da desigualdade (pobres, emigrados, terceiro Mundo, primeiro Mundo com terceiros mundos dentro…). Seria interminável seguer por istes roteiros…

O republicanismo, que eles consideram de esquerdas, apresenta-se como laico, confederal, municipalista, feminista, ecosocialista… Todo um imaginário social, utópico, para issa esquerda <<poética>>, mas distinto e muito distante do imaginário coletivo dominado polo Capital.

Domingos Antom Garcia Fernandes

Domingos Antom Garcia Fernandes

Profesor de Filosofía

Domingos Antom Garcia Fernandes, nasceu em Hermunde-Pol, na Terra Chá, a 21 de Janeiro de 1948. Freqüentou dez anos de estudos eclesiásticos no Seminário Diocesano de Lugo. Mestre de Primeiro Ensino pola Escola Normal de Lugo, licenciado e doutor em Filosofia pola USC. Foi professor de EGB e catedrático de Filosofia no Ensino Secundário. Membro fundador da Aula Castelao de Filosofia, da qual foi porta-voz e coordenador e na atualidade Membro de Honra. Foi professor de Antropologia Geral, História da Antropologia e Antropologia Económica na UNED de Ponte Vedra. Foi professor convidado na Universidade de Vigo, em 2011, na docência da matéria de Ética e deontologia da comunicaçom audiovisual. Foi professor convidado na Universidade de Vigo, em 2018, na matéria de Sociologia: Sociedade, Cultura e Pensamento. Foi Presidente de Amig@s da Cultura de Ponte Vedra. 

Professor de Filosofia e de Ética no Graduado Universitário Senior da Universidade de Vigo. Imparte um curso de Filosofia, de carácter anual, na Biblioteca Pública de Ponte Vedra. 

Co-autor de Antom Losada. Teoria e Praxis (1984), Reflexons sobre a vida moral (1995), A Ética na que vives (1995). Coordenador de Para umha Galiza Independente. Ensaios, testemunhos, cronología e documentaçom histórica do independentismo galego (2000). Co-participante en diversas colectâneas.

Participou como relator ou comunicador em numerosos congressos e jornadas com temas como a filosofía marxista, os NMSA, o estatuto e as funçons da Filosofia, a problemática nacional em relaçom com a questom ecológica, et cetera. Colaborou em diferentes jornais e revistas e prologou diversos livros. Foi colaborador assíduo da publicaçom trimestral Abrente e da Abrente Editora, além de colunista de Primeira Linha em Rede, de Diário Liberdade e de kaosenlared.net.

Historia de vida

O comunismo como sistema, ou modo de produçom, nom fracassou, porque endejamais existiu

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