Pingos de tinta

 Pingos de tinta envelhecidos

Espalhados pelo chão

Da minha casa

De meu atelier,

Foram restos

Que se perderam

Das minhas telas

Quando eu ia tecendo

A teia da minha vida,

Meu mundo era de cor

E tinha poesia

Mas o tempo cortou os sonhos

Em pedaços

Foram rasgados

E pisados sem dó,

Fiquei como uma árvore despida

Com folhas caídas no chão

E perdi-me  da vida

Desci do pódio dos anos

E chorei lágrimas

De desenganos

Minhas mãos não tinham mais

O perfume das tintas

Das minhas telas

E os pingos de tinta

Das cores mais belas

Ficaram para sempre marcados

São uma lembrança sofrida

No chão pisados

Na casa da minha vida.

                        António Silva

                            Abril 2021

António Silva

António Silva

Poeta

Eu me chamo António Silva. Sou português e da província do Baixo Alentejo. Gosto muito de pintar e escrever poesia.

Meus poemas são pequenas pinturas coloridas. Cada tela que pinto é um poema colorido. E meus poemas são pinturas que retratam pedaços da minha vida. Recordações de infância que ficaram gravadas em meu coração. Eu gosto de colorir a vida com meus poemas e minhas pinturas. Assim a vida é mais fácil e mais bonita. Pinto e escrevo, como se ainda eu fosse uma criança.

Pois por dentro, eu não mudei, sou uma criança que tem um corpo de adulto.

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