Mais um estado de “calamidade” decretado em Portugal, previsto até ao início da primavera, vem amargurar as nossas vidas.

Vivemos, na verdade, dias impensáveis, num tempo em que a ciência e as novas tecnologias prometiam dar à humanidade, melhores condições de vida.

O triste cenário que se nos apresenta, torna-se, em cada dia, mais indecifrável e as disparidades entre povos, entre regiões e entre economias, são cada vez maiores.

Onde iremos parar, se me for permitida esta interrogação?

Ontem, fui a um dos grandes centros comerciais da cidade onde vivo e pelo que observei, cheguei a uma triste conclusão.

Quando, num tempo, em que tudo parecia ter voltado à normalidade, se viam pessoas de todas as raças, em qualquer lugar, ontem, apenas me cruzei com gente de pele branca.

Porquê?

O que estará impedindo outras pessoas de circularem, livremente?

O que as inibe de entrarem, normalmente, em lugares públicos?

Só uma ideia me ocorre. A nova variante do vírus, Ómicron, sinalizada, como vinda da África Austral.

E assim, o vírus atravessa o mundo, corre-o de leste a oeste, de sul a norte, atacando todos e criando obstáculos a um normal relacionamento das pessoas, cada dia mais distantes e olhando, umas para as outras, com ares de desconfiança. Afinal, nunca se sabe, quem está infetado ou não.

omicron
virus

Com os obstáculos criados, consegue uma destruição inacreditável da economia, dificultando as trocas comerciais e o turismo, que é a base de sustentabilidade de tantas regiões do mundo, que com ele dão trabalho, a milhares.

Os países ricos açambarcaram vacinas, pensando que com elas estavam a salvo, esquecendo os países pobres que, passados quase dois anos da terrível pandemia que nos atacou, ainda não tomaram, sequer, a primeira dose.

Esta é a maior prova de uma falta de solidariedade e humanismo, sem fim, à vista.

Os egoísmos têm também, consequências. Hoje, verificamos que, nem a vacinação nos livra de um novo contágio, embora os riscos de vida sejam muito menores.

Chegaremos a ter conclusões, algum dia?

Como se propaga este Covid?

Que medidas devemos tomar, que sejam verdadeiramente eficazes e impeçam o contágio?

Uma certeza, todos temos, por muito que nos custe aceitar.

Impede-nos de fazer uma vida normal, corta-nos os movimentos, os gestos ancestrais e fraternais de dar um abraço, um beijo, um cumprimento de mão, a alguém que encontramos na rua ou a amigos que visitamos.

O que restará depois de tudo isto?

Uma sociedade mais atenta aos outros, ou uma sociedade cada vez mais egocêntrica?

Uma única solução nos resta: termos paciência!

Tentarmos desdramatizar o que ouvimos constantemente, compreendermos que não vivemos isolados, que somos cada vez mais cúmplices em todas as nossas atitudes, para com o mundo que nos rodeia e entendermos e cumprirmos o que nos é recomendado pelas entidades competentes, na área da saúde.

Não classificarei esta nossa atitude de subserviência, mas de inteligência.

Não esqueçamos quem está sofrendo e morrendo, por razões, tão diferentes, fugindo à triste vida que tinha nos lugares onde nasceu. Um grande drama que se vai arrastando e que as nações não querem ajudar a solucionar.

“Todo o cuidado é pouco”, como é costume dizer-se e não podemos esquecer também, outro dito popular: “Depois da porta arrombada, trancas à porta”.

De nada vale fechar os olhos à realidade, ignorá-la ou minimizá-la.

Sempre ouvi afirmar que “homem prevenido, vale por dois”!

Encaremos cada dia com a normalidade possível e aguardemos tempos de mais saúde, paz e progresso, no universo.

Graça Foles Amiguinho

Graça Foles Amiguinho

Colaboradora Portuguesa

“Son Maria de Graça Foles Amiguinho Barros. Vivo en Vila nova de Gaia, pero nascín no Alentejo, nunha aldeia pequena chamada A Flor do Alto Alentejo.

Estudei en Elva. Fiz maxisterio en Portoalegre. Minha vida foi adicada ao ensino durante 32 anos, aos meus alumnos ensineilles a amar as letras, o país, as artes e a cultura. 

Meu começo coa poesia aconteceu de xeito dramático cando partin os dous braços, en 2004 comecei a escribir poesia compulsivamente, en 2005 xa tiña o primero libro editado  O meu sentir…”

A ronca e os cantares ao Menino Deus no Alto Alentejo

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