«Vamos ao Baile da Pinha!» por Graça Foles

«Vamos ao Baile da Pinha!» por Graça Foles

Há Tradições que, felizmente, não se têm perdido, embora sofram algumas alterações!

O Baile da Pinha ou Pinhata é muito antigo, de caráter Cristão porque era dado um dia, a meio da Quaresma, para o povo se divertir e ainda hoje é feito em algumas Aldeias de Portugal embora sem respeitar a data.

  A minha Aldeia de Santa Eulália- Elvas, mantém ainda essa tradição.

Baile da pinha

Recordo perfeitamente a alegria que nos invadia pois algo de muito bonito poderia acontecer-nos nessa noite!

 Para quem não conhece irei fazer uma breve descrição da Pinha e do seu misterioso funcionamento.

No meio do salão da então Sociedade Recreativa, era colocada, pendurada no tecto, uma cesta de verga, composta por duas partes sobrepostas em forma de Pinha.

 Dentro da cesta havia confetis multicolores e uma pomba!

Penduravam fitas à sua volta e apenas uma estava presa à cesta.

 Na ponta de cada fita havia uma argola.

Os rapazes solteiros compravam uma caninha para poderem, ao dançar, puxar uma fita, ordenadamente, de forma que todos tivessem oportunidade de chegar à pinha!

 E lá íamos rodopiando ao som da música, muito agarradinhos …

 Quando algum par acertava na fita que abria a Pinha e dela se soltavam os confetis e a pomba, era uma alegria, uma grande festa cheia de aplausos!

baile da pinha de Elvás

Esse par era coroado como o Rei e a Rainha do Baile!

 Tinham direito a dançar uma música, sozinhos, no salão!

Era colocada então, no meio do salão, uma mesa  com 2 copos, garrafa de champanhe, bolo, duas cadeiras para o casal se sentar a banquetear-se, enquanto os outros pares dançavam à sua volta!

 Ficavam com o título até ao ano seguinte!

 Se quiser saber melhor como é o Baile da Pinha, vá a Santa Eulália, pois aí poderá conquistar um «trono»! 

Graça Foles Amiguinho

Graça Foles Amiguinho

Colaboradora Portuguesa

“Son Maria de Graça Foles Amiguinho Barros. Vivo en Vila nova de Gaia, pero nascín no Alentejo, nunha aldeia pequena chamada A Flor do Alto Alentejo.

Estudei en Elva. Fiz maxisterio en Portoalegre. Minha vida foi adicada ao ensino durante 32 anos, aos meus alumnos ensineilles a amar as letras, o país, as artes e a cultura. 

Meu começo coa poesia aconteceu de xeito dramático cando partin os dous braços, en 2004 comecei a escribir poesia compulsivamente, en 2005 xa tiña o primero libro editado  O meu sentir…”

Nos tempos que vivemos

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O meu confidente por Teresa Melo

O meu confidente por Teresa Melo

 O MEU CONFIDENTE

 Hoje, sinto o mar plangente,

O seu azul, sem fim,

Envolve a minha mente,

De sonhos, da cor de marfim.

 

Puros, belos e sem medo,

Acompanham o voo das aves,

Que levam o meu segredo,

Os meus sonhos ficam mais suaves.

 

A brisa traz a onda,

Que embora, o meu segredo esconda,

Um dia, poderá ser desvendado.

 

Nada melhor que o mar profundo,

Onde a mágoa, afundo,

Sempre que preciso de voar!

          Pintura e poema de Teresa Melo

María Teresa Van Caennemberg de Oliveira Melo

María Teresa Van Caennemberg de Oliveira Melo

Nascida em 05/12/1958 em São João da Madeira onde viveu até 1973.

Nesse ano trocou a vida pacata da vila pelo rebuliço da garbosa cidade do Porto onde concluiu os estudos na área de Turismo, profissão que abraçou apaixonadamente até 2008.

Seus pais sempre lhe incutiram a importância da leitura, narração de histórias e viagens como pilar do ensino-aprendizagem que a levaram a escrever textos e poemas desde adolescência.

Sua paixão pela Arte tenta conciliar a pintura e a escrita.

Em 2020 participou na Colectânea Raia Luso Espanhola a convite da poetisa e amiga Graça Foles Amiguinho.

Em 2021, participou na Colectânea Cultura Sem Fronteiras.

” Acredito que a Arte é a alma da Sociedade”

O lobo de mar

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Os tempos que vivemos por Graça Foles

Os tempos que vivemos por Graça Foles

Nos dias que correm acelerados e recheados de acontecimentos que nos deixam completamente desiludidos, porque a sociedade que sonhámos há 50 anos corre sérios riscos de ser ameaçada, mil e um pensamentos me invadem e não estarei sozinha nesta inquietação, certamente.
Os populismos pulam e crescem, a olhos vistos, apoiados às escondidas por quem teria o dever de educar a juventude para saber viver numa Democracia e compreender as diferenças abismais entre viver em Liberdade e viver subjugado pelo medo e pela perseguição, quando não estamos de acordo e defendemos outros ideais para a nossa sociedade e que gostaríamos de deixar às gerações vindouras.

O que se está passando em vários países da velha Europa não nos incentiva a esperar tempos de paz e progresso, muito menos de respeito pelo nosso semelhante, seja qual for a sua origem, a sua raça ou religião.
O abismo é cada dia mais assustador. A indecisão e a demora na tomada de posições poderão conduzir-nos para situações sem retorno e de verdadeiro desastre humanitário.

grieta

A guerra na Ucrânia não tem um fim previsível. A guerra no Médio Oriente é de bradar aos céus. Mortes em catadupa, destruição apocalítica, fome, miséria e tristeza estão presentes nas nossas vidas, tornando os dias mais sombrios.
E Portugal? O que esperam os portugueses? Para onde nos conduzem os políticos, cada um senhor das suas opiniões, sem terem noção do perigo que espreita e se quer instalar?
Serão os resultados eleitorais dos Açores um presságio do que acontecerá dia 10 de março, no Continente?
Ou serão ainda um retrato mais evidente do crescimento da extrema direita, apostada fortemente em promessas vãs e arrastando consigo os velhos do Restelo, os jovens irreverentes e até os nascidos após 1974 que não se aperceberam do sofrimento dos seus antepassados, porque a Democracia lhes permitiu serem criados em berços de ouro?

São preocupações que dominam o pensamento dos mais velhos e sempre defensores das Liberdades reconquistadas no Dia 25 de Abril de 1974.
Qual a razão do título que dei a esta minha crónica?
Sempre ouvi dizer que, muitas vezes, em certos momentos da vida, temos de “fazer das tripas, coração”, quer dizer, arrumar numa gaveta os nossos desejos mais profundos, as nossas convicções, para ultrapassarmos barreiras e não perdermos o domínio da situação, evitando correr riscos maiores e irremediáveis, associando-nos ao maior inimigo para o controlarmos “de perto”!
Talvez seja uma loucura, o meu pensamento! Talvez uma utopia! Talvez seja mesmo, irracional!

A história de vida ensina-nos que ser intransigente e inflexível não são as melhores opções para conseguirmos alcançar o sucesso desejado e realizar o que consideramos importante.
O maior Partido Político Português, PS, dificilmente voltará a conseguir uma maioria absoluta. Os casos ocorridos nos últimos anos, a forma como os governantes tomaram decisões e cometeram erros, deixaram marcas que o tempo não apagou e os inimigos usam como arma de arremesso.
No meu ignorante entender, apenas há uma forma de combater o crescimento da extrema direita: juntar-se a ela para a controlar por dentro e a ofuscar, tirando-lhe o protagonismo que tem tido nos últimos anos e que lhe tem permitido um crescimento que muito preocupa os verdadeiros democratas.
Claro que uma atitude destas poderia acarretar a desilusão e o descrédito, sobretudo daqueles que estão arreigados ao passado e acreditam demasiado na confiança que o povo português ainda deposita em que nos governou nos últimos oito anos.

Se eu tivesse força e capacidade para fazer entender o meu pensamento, talvez conseguíssemos alcançar tempos menos turbulentos.
Veremos qual será o destino de Portugal e como serão celebrados os 50 anos da nossa Democracia!

Graça Foles Amiguinho

Graça Foles Amiguinho

Colaboradora Portuguesa

“Son Maria de Graça Foles Amiguinho Barros. Vivo en Vila nova de Gaia, pero nascín no Alentejo, nunha aldeia pequena chamada A Flor do Alto Alentejo.

Estudei en Elva. Fiz maxisterio en Portoalegre. Minha vida foi adicada ao ensino durante 32 anos, aos meus alumnos ensineilles a amar as letras, o país, as artes e a cultura. 

Meu começo coa poesia aconteceu de xeito dramático cando partin os dous braços, en 2004 comecei a escribir poesia compulsivamente, en 2005 xa tiña o primero libro editado  O meu sentir…”

A influência dos meios de comunicação na Educação 

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Palavras que o tempo tinha escondido por Antonio Silva

Palavras que o tempo tinha escondido por Antonio Silva

Palavras que o tempo tinha escondido

 Das minhas janelas gradeadas

Na cidade de casas com coloridas fachadas

Eu avisto pessoas que passam na vida

Sem parar para uma simples flor cheirar,

Acumulam no seu escaparate as suas vitórias

Que em pouco tempo serão esquecidas

Porque foram apenas um número

Na imensidão do cosmos

E um dia serão apenas silêncios

Ecos indistintos de um rio que vai soluçando

Que a força da gravidade e o passado levou,

E eu pesei na balança

As palavras que o tempo tinha escondido

Porque as sombras nunca se repetem

Enquanto eu vou regressar

Às páginas do meu livro

Que ficou por terminar

São os momentos que guardei

Nas courelas que nunca comprei

Para mais tarde eu recordar,

E pessoas caminham na solidão

De olhos postos no chão

Sem abraços e sem marés

No seu peito já não bate um coração,

E no vazio da grande cidade

Mora apenas a saudade

Nas esquinas das ruas

E nos becos que não têm saída,

Mas nas pedras da calçada

Onde havia vasos de sardinheiras vermelhas

Hoje apenas existe a sua lembrança

Nesta indiferença em linha reta sem um abraço

Onde o sol deixou de bater

A noite deita-se bem cedo

E deu tréguas ao meu cansaço,

Envelheci a minha saudade no mês de Setembro

E vejo partir pelo grande mar

Uma caravela já esquecida

De um livro que eu nunca li

E caminho pelas ruas da cidade envelhecida

Um retrato do lugar onde se vive devagar

E eu gritei a letra de um poema que escrevi.

António Silva

Janeiro de 2024

Foto/Pinterest 

António Silva

António Silva

Poeta

Eu me chamo António Silva. Sou português e da província do Baixo Alentejo. Gosto muito de pintar e escrever poesia.

Meus poemas são pequenas pinturas coloridas. Cada tela que pinto é um poema colorido. E meus poemas são pinturas que retratam pedaços da minha vida. Recordações de infância que ficaram gravadas em meu coração. Eu gosto de colorir a vida com meus poemas e minhas pinturas. Assim a vida é mais fácil e mais bonita. Pinto e escrevo, como se ainda eu fosse uma criança.

Pois por dentro, eu não mudei, sou uma criança que tem um corpo de adulto.

Uma casa que contava histórias 

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A Renascença Portuguesa e a Geração NÓS por Risoleta P. Pedro

A Renascença Portuguesa e a Geração NÓS por Risoleta P. Pedro

A Renascença Portuguesa e a Geração NÓS. As relações culturais luso-galegas no início do século passado

No seu estudo sobre a “Renascença Portuguesa e a Geração NÓS”, assim intitulado, publicado em Novembro de 2023, onde demonstra, factual e documentalmente, a estreita relação «entre a “Renascença Portuguesa” e a Geração Nós por via da Saudade», Paulo Samuel refere um artigo de Ramón Piñeiro publicado na Nova Renascença, em que este «Professor galego reafirma, na esteira de outras interpretações semelhantes, que a revista Nós foi ‘o verdadeiro órgano galeguizador  da nossa cultura’ e é indiscutível que os ‘homes do grupo Nós assimilaron bem os ideais do grupo português de ‘A Águia’, mantiveron relación e amistade com eles e sentiron profunda devoción por Teixeira de Pascoaes».

Renascença Portuguesa

Trata-se, no fundo, da história de uma amizade que envolveu pessoas, um país e uma região, duas culturas naquilo que possuem de diferente e que têm de semelhante.

Continua Paulo Samuel a citar, desta vez José Augusto Seabra: “O largo movimento que desde o ‘Rexurdimento’ às ‘Irmandades da Fala’ e destas a Nós, fez redespertar a Galiza para a consciência de si, correspondeu bem, mutatis mutandis, ao mesmo impulso patriótico que esteve na génese d’A Águia e da ‘Renascença Portuguesa’ “.

Nós, que como os galegos melhor sabem que os portugueses, é um boletim mensal de cultura surgido em 1920, impresso em Ourense, e com direcção literária de Vicente Risco, teve entre os seus fiéis colaboradores, para além dos galegos, o português Teixeira de Pascoaes.

Entre os colaboradores da revista há «saudosistas ou futuristas, clássicos ou modernos, institucionalistas ou racionalistas, individualistas ou socialistas», mas todos apoiando o «integracionismo da Pátria galega». Assume-se como «a afirmación para sempre do verdadeiro ser da Galiza», dos seus «valores tradicionás, e mais dos valores novos que cada día estanse creando na nósa Terra».

Cabe ao poeta português Teixeira de Pascoaes, a primeira colaboração após o editorial, a pedido do director Vicente Risco, e justificada por ser considerado Pascoaes «cousa nósa» estando «moi perto de santa Rosalía e de Pondal». Aliás, na primeira série, entre 1920 e 1923, a colaboração portuguesa está presente em «artigos, notas ou recensões relacionadas com Literatura portuguesa».

Geracion Nós

No número 18, a 1 de Julho de 1923, logo, há mais de cem anos, Pascoaes publica «um poema de tributo à Galiza, realçando a figura de ‘Santa Rosalía da Saudade’. Também Hernâni Cidade há-de participar nesta revista. Leonardo Coimbra será várias vezes citado e alvo de artigos.

Segundo Paulo Samuel, o autor deste estudo, em todos os números de Nós há «menção a temas lusos, seja pela colaboração de poetas ou pela publicação de artigos e recensões a livros de autores portugueses», como Pascoaes, Alfredo Guisado, Leonardo Coimbra, Ana de Castro Osório, António Sardinha e outros. Leonardo Coimbra publica uma carta e sobre ele é noticiada a segunda nomeação para Ministro da Instrução.

A participação dos autores galegos em A Águia, revista da Nova Renascença, terá de ser tema de outra conversa. Deixo aqui o poema que Pascoaes dedica «À GALIZA» e onde é patente que a «devoción» é mútua: «Ó Santa Rosalía da Saudade/ do Infinito e do Bêrço em que nasceste/  Cantora da perfeita suavidade,/ Da inefável ternura que é celeste;/ Intérprete da nova Divindade/ Que tu, Galiza Mater, concebeste,/ Teu cântico imortal e redentor/ É nossa eterna glória e eterno amor!»

Faz este poema parte dos imensos textos publicados na parte documental deste livro que Paulo Samuel organiza, sendo também o autor do pórtico, introdução e notas, editado pelo Grupo dos Amigos da Biblioteca/Museu Municipal de Amarante, em Novembro de 2023 e que vivamente recomendo a portugueses e galegos que se interessem pelas relações culturais entre estes povos irmãos.

Risoleta C. Pinto Pedro, Lisboa

Risoleta C. Pinto Pedro, Lisboa

Colaboradora Portuguesa

Risoleta C. Pinto Pedro, nascida em Elvas, é autora nas áreas do romance, novela, conto, poesia, teatro, ensaio, crónica periodística e radiofónica (Antena 2), conto infantil e BD, assim como ópera, canção, cantata e musical, tendo escrito libretos a convite dos compositores Jorge Salgueiro, Paulo Brandão e Helena Romão, com incursões também na escrita para dança (Companhia de Dança Amalgama). Tem mais de vinte obras publicadas, para além de colaboração em revistas, catálogos, manuais e colectâneas. Na ficção recebeu o Prémio Revelação APE/IPBL, O Aniversário, 1994; Ferreira de Castro (A Criança Suspensa 1995), tendo sido duas vezes distinguida na poesia pela Sociedade da Língua Portuguesa. Foi professora de Literatura em várias escolas, nomeadamente, e durante mais tempo, na Secundária Artística António Arroio. Tem escrito e feito conferências sobre as obras de: Fernando Pessoa, Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Sebastião da Gama, Bocage e Jaime Salazar Sampaio, entre outros. Mais recentemente, tem estudado, escrito e publicado ensaio sobre a obra dos filósofos Agostinho da Silva (A Literatura de Agostinho da Silva, essa alegre inquietação, 2016) e António Telmo (António Telmo- Literatura e Iniciação, 2018), pela editora Zéfiro. Publicou, recentemente, três livros pela editora Sem Nome: Cantarolares, um Sabor Azul (poesia, 2017), Ávida Vida (poesia, 2018) e A Vontade de Alão (novela, 2019). No prelo, a sair no próximo Janeiro, uma novela a anunciar em breve, e em avançado trabalho editorial, dois livros de poesia, um deles já projectado para meados de 2022.

Blogue: http://aluzdascasas.blogspot.com/

Sol sobre São Tiago

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A influência dos meios de comunicação na Educação por Graça Foles

A influência dos meios de comunicação na Educação por Graça Foles

É tempo de pensarmos quem nos domina, quem nos induz a seguir determinada ideologia e qual a força da comunicação social, na transformação de mentalidades.

Fico, muitas vezes, com a sensação de que os valores morais de respeito pelo nosso semelhante, estão sendo banidos e cada pessoa procura, custe o que custar, atingir os seus objetivos, nem que para isso tenha que “vender a alma ao diabo”, como muitas vezes ouvi dizer.

Não quero acreditar que o bom senso, o respeito e o amor possam ser espezinhados para que alguém se sinta superior, predestinado e dono do destino de milhões de pessoas.

Irão desaparecendo os verdadeiros defensores do humanismo, da liberdade e da democracia?

Há poucos meses, partiu um grande Professor, de quem a nossa história não se poderá esquecer, porque todo o seu percurso académico deixa grandes lições aos vindouros, se as quiserem seguir, evidentemente. Refiro-me ao Professor Adriano Moreira, um homem coerente e honesto, testemunho precioso de uma longa vida, grandes vivências e sabedoria, durante o seu século de existência.

Vemos a Europa agitada por uma guerra, assistindo nas televisões ou nos nossos telemóveis, ao sofrimento e à morte, todos os dias, de gente inocente, que de política, pouco sabe. Uma guerra sem um fim à vista, porque os envolvidos defendem ideais completamente opostos. A Rússia imperialista não se conforma com o seu desmembramento e quer recuperar os territórios que se tornaram independentes e foram reconhecidos internacionalmente. Resolveu agir da forma mais desumana possível, para alcançar os seus hediondos objetivos, provocando a maior debandada de populações, após a Segunda Grande Guerra, deixando rastos de destruição e sangue derramado e tentando manipular a realidade.

Não satisfeita com as suas formas criminosas de intimidação das populações, tem ao seu serviço, nos canais de comunicação, profissionais com uma mentalidade “nazi”, desejando o extermínio das crianças Ucranianas.

Senti-me enojada e as minhas entranhas revoltaram-se com o que li sobre um responsável de um dos programas de propaganda russa, considerado um extremista até, pelos apoiantes do Kremlin, que se atreve a chamar “animais” aos ucranianos, defendendo que deveriam “desaparecer”. É um indivíduo sem regras de moral, tendo afirmado que “as crianças que não quisessem ser russas deviam “ser atiradas diretamente para o rio com uma corrente forte e ter-se afogado no rio Tysyna”.

O responsável por estas afirmações foi Anton Krasovsky, ao entrevistar um autor russo de ficção científica, Sergei Lukyanenko. 

Dizia o escritor que, nos anos oitenta, ouviu crianças dizerem que “as suas vidas estariam melhores, se não estivessem sob o controlo da Rússia”.

Sabemos que em 1991, a Ucrânia se tornou uma Nação independente, depois da extinção da URRS.

Pessoas com grandes responsabilidades, que nos meios de comunicação incentivam ao genocídio, são muitíssimo perigosas.

Foi suspenso? Que importa? O que ele disse, foi ouvido por milhões de pessoas que, como sabemos, estão sedentas de sangue, revoltadas, descompensadas emocionalmente e se tornam atores eficientes, loucos, nesses cenários dramáticos, irracionais e imorais.

Quantas mulheres e crianças foram já mortas, nesta guerra, depois de terem sido violadas pelos soldados invasores?

O poder da palavra, tanto pode transportar o bem, como o mal. A comunicação social tem uma importância de uma dimensão incalculável.

Como conseguirão os pais e educadores ajudar os seus filhos e alunos a fazerem uma filtragem do que lêem, vêem e ouvem, para saberem onde está a verdade?

Graça Foles Amiguinho

Graça Foles Amiguinho

Colaboradora Portuguesa

“Son Maria de Graça Foles Amiguinho Barros. Vivo en Vila nova de Gaia, pero nascín no Alentejo, nunha aldeia pequena chamada A Flor do Alto Alentejo.

Estudei en Elva. Fiz maxisterio en Portoalegre. Minha vida foi adicada ao ensino durante 32 anos, aos meus alumnos ensineilles a amar as letras, o país, as artes e a cultura. 

Meu começo coa poesia aconteceu de xeito dramático cando partin os dous braços, en 2004 comecei a escribir poesia compulsivamente, en 2005 xa tiña o primero libro editado  O meu sentir…”

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